​Talks | Óbidos Vila Gaming juntou 200 pessoas no parque para debater criatividade, cultura e talento na indústria dos videojogos

16 maio 2023 - Óbidos Parque

Cerca de 200 pessoas marcaram presença nas talks dinamizadas pelo Óbidos Parque, no âmbito do Óbidos Vila Gaming. Os mais de 20 oradores trouxeram consigo, nos dias 04 e 05 de maio, 20 horas de inspiração, de conhecimento e de boa conversa sobre criatividade, inovação, cultura e talento na indústria dos videojogos.

Participaram estudantes, criativos, professores, estúdios de criação, game developers, game designers, game artists, entre outros profissionais ligados a esta indústria, num ciclo de conferências ambicioso que fechou com o testemunho de André Luís, o fundador de Trojan Horse was a Unicorn (THU).

O rosto de um dos projetos mais relevantes do setor do entretenimento digital e interativo, à escala global, falou-nos do THU, dos “ups and downs”, e de como - criando relações e alimentando o networking - foi possível construir uma comunidade criativa hoje com 25 mil membros espalhados por 180 países.

Criado em 2013, o Trojan Horse Was a Unicorn traduz-se numa comunidade de criadores, sendo uma marca internacional de renome na indústria do entretenimento digital. Promove diversos eventos e projetos por todo o mundo, afirmando-se como um ecossistema de networking criado para partilhar conhecimento e inspirar criatividade.

O THU dedica-se a apoiar a sua comunidade (a Tribo), que conta com criativos de diferentes áreas: artistas conceptuais, ilustradores, designers gráficos, artistas 2D e 3D, diretores de arte, arquitetos, programadores, engenheiros de som, profissionais de efeitos especiais e gaming, entre outros.

Mas tivemos outros contributos e temas de conversa igualmente enriquecedores. Como pode a academia acrescentar valor à indústria dos videojogos e que desafios enfrenta a academia, foram alguns dos tópicos abordados por Ivan Barroso, game designer e professor assistente no IPLeiria, Universidade Lusófona e ETIC, na talk “Engrenagens para o Futuro”.

Com Gabriel Evangelista, ilustrador, Concept Artist & Video Game Art Director e também professor no IPLeiria, ouvimos falar sobre metodologias, estratégias, e sobre aspetos mais técnicos associados aos videojogos.

Marco Bettencourt, CEO e founder da Redcatpig - um estúdio com sede nos Açores (Ilha Terceira) e na Madeira - falou-nos do trabalho que desenvolve, mas também de talento.
“Game Design e Licenciatura de Videojogos” foi outro dos temas trazidos ao parque, desta feita por Wilson Almeida, game designer e professor de Licenciatura em Videojogos e no Mestrado em Game Design e Média Jogáveis da Universidade Lusófona.

Realidade virtual e serious games

Fantástico o trabalho que está a ser desenvolvido pela Universidade Lusófona na dimensão da realidade virtual e dos serious games, e que nos foi trazido por Filipe Costa Luz, Pedro Gamito, Micaela Fonseca, Ana David Mendes, Ana Carolina Martins, Pedro Fernandes e Tiago Abril.

Do empoderamento e promoção do bem-estar em indivíduos com deficiência intelectual ao tratamento de transtornos de ansiedade e estimulação cognitiva de pacientes com acidente vascular cerebral, passando pela avaliação de comportamentos desajustados/desadequados… São inúmeras as potencialidades e aplicações da VR, e que nos mostram que, também aqui, a combinação entre o jogo e a tecnologia vai bem além do entretenimento.

Conhecemos ainda alguns exemplos de como os videojogos podem ser um fantástico meio de apropriação e de promoção da nossa cultura e do nosso património: o projeto “Entrudo”, apresentado pela game designer Carina Abrantes, o “Bracara Augusta”, um jogo inspirado nas ruínas romanas de Braga e trazido pela game designer Inês Reis, e o “Careto”, apresentado por Matilde Albuquerque.

Luís Monteiro, licenciado em Jogos Digitais e Multimédia na ESTG do Politécnico de Leiria e atualmente professor no mesmo curso, partilhou, por seu turno, o seu know how sobre “Game Engines - Unity / Unreal”.

Do ciclo de talks fez também parte o Digital Valley Portugal, uma iniciativa portuguesa cuja missão é abrir o mercado a novos investimentos e promover a internacionalização de projetos nacionais e internacionais.

O seu trabalho foi-nos dado a conhecer por Gorete Lopes, CEO do Digital Valley, e por António Durão, membro do board executivo da mesma estrutura, e serviu de pontapé de saída para a round table “Novos e - futuros - desafios” para a indústria.

Entre os game studios representados nas nossas talks esteve o Marmalade Game Studio, com sede em Londres e operação em Lisboa. Como nasceu este projeto na capital, como funciona, que projetos desenvolve, que cultura promove e que dinâmicas alimentam as equipas, foram alguns dos tópicos trazidos por Pedro Potier, Game Studio Lead 2D, e por Francisco Azevedo, Studio 3D Lead.

Contámos ainda com a participação, de forma remota, de Rick Crane, Creator Program Manager na Supercell, uma das maiores empresas do mundo de desenvolvimento de jogos para dispositivos móveis.

“Blockchain Gaming”, o tema trazido por Fábio Costa, Art Director na RealFevr, deu-nos a conhecer a relação, perspetivas, aplicações e principais aportes trazidos por esta nova tecnologia para os jogos.

Ivan Reber, artista de personagens 2D na WOOGA, juntou-se a nós também de forma remota. Com a audiência, partilhou conselhos úteis sobre como entrar na indústria, como construir um bom portfólio e ganhar espaço enquanto artista profissional.

Afonso Lage, game designer, e Rodrigo Fitas, game artist, deram-nos a conhecer o processo criativo e de desenvolvimento dos videojogos “Xisto” e “Lousã”, projetos com pendor cultural inspirados em elementos, experiências e particularidades da serra da Lousã e das aldeias de Xisto.

Gustavo Reis, professor no IPLeiria e Research Director na Sound Particles, falou-nos de Inteligência Artificial / Machine Learning.

Rafael Silva, founder da Aden Interactive, propôs-nos o tema “Como podem as novas tecnologias potenciar novas narrativas para jogos”.

Que dias incríveis! :)


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